sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Stringbike, uma bicicleta sem corrente

Por: Hilwaldo França

À primeira vista, a proposta para substituir a familiar corrente de transmissão e engrenagens do câmbio que uma bicicleta usa pode parecer loucura, mas é exatamente isso que está sendo feito para produzir a Stringbike. O sistema possui mecanismos de inércia de cada lado da roda traseira, ligado a um cabo de polietileno e posicionados precisamente e simétricamente no braço oscilante que leva a bicicleta a frente. Quando a unidade à direita leva a bicicleta adiante, a outra unidade está sendo retornada à posição inicial e vice-versa, resultando em maior eficiência e contribuindo para um percurso mais confortável e fácil.

As raízes da Stringbike encontram-se em um desafio de pós-graduação na Universidade Técnica de Budapeste no início dos anos 90, de como pensar e superar problemas de design relacionados com bicicletas com correntes de transmissão. Uma equipe propôs um sistema sem corrente, envolvendo um volante de cada lado da roda traseira que é impulsionada por um mecanismo sofisticado de roldana com fios. O objetivo era superar as ineficiências de um sistema de corrente e engrenagens, quando o mecanismo de acionamento é colocado em apenas um dos lados da bicicleta.

O projeto passou por inúmeras mudanças desde o início do desenvolvimento, em 1994, e vários problemas levaram a um casal de designers a desistir e passar para outras coisas. O trabalho começou novamente em 2006 com Michael Lantos e Robert Kohlheb. Usando um computador assistido por um software de designs, os ajudou a resolver alguns problemas e eles acabaram por terminar a Stringbike que se vê aqui.

O sistema Stringdrive consiste de uma unidade de acionamento de cada lado do quadro da bicicleta. Cada unidade está posicionada de forma simétrica e espelhada à outra, assim quando uma está avançando, a outra está movendo-se para trás. Quando a força é aplicada ao pedal, em aço inoxidável, o mecanismo oscilante de forma triangular puxa a corda e gira um tambor na roda traseira para frente para dar impulso.

O sistema utiliza uma corda de polietileno de alta densidade utilizada em navegação. Lantos diz que a corda tem pouca elasticidade e isso é calculado no processo, quando a tarefa de conduzir é deslocada de um lado para outro do quadro. A corda tem um diâmetro de 3mm e resistência de ruptura de mais de 900Kg (1984 libras). Existem cordas mais fortes disponíveis, mas os designers acharam que a carga máxima (razão de maior transmissão, a de maior força do pedal) sobre as quatro cordas, é apenas 450Kg (992 libras).

O sistema é projetado de modo que quando um disco de formato triangular e excêntrico puxa a roda do tambor para frente, o outro vai para trás e volta a corda na posição inicial. O sistema simétrico “muda a função de condução imperceptivelmente a partir da direita para a esquerda e vice-versa”, para oferecer um ambiente familiar e uma experiência mais confortável para o ciclista.

O sistema Stringdrive, alterna a partir de 19 relações de transmissão diferentes – a posição externa dá o máximo e as internas, o mínimo – que são selecionadas pelo movimento das rodas e cordas para cima e para baixo nas posições de entalhe do braço oscilante. Uma grande conquista com o projeto final, é a capacidade de roda livre para trás.

O Stringbike sofreu inúmeros testes intensivos ao longo do período de desenvolvimento, incluindo a operação de uma máquina de ensaio sob carga de mais de 10.000Km e depois de andar com vários ciclistas em condições muito diferentes. O sistema é vedado contra intempéries e sujeira, mas a corda e o braço oscilante será necessário um pouco mais de atenção.

Apenas um fabricante foi licenciado para usar o sistema, a Schwinn Csepel, mas a comercialização própriamente dita ainda não começou. Futuras modificações no sistema podem ser realizadas, como diferentes relações de transmissão a ser utilizada em cada lado da bicicleta, para atender àqueles que possuem alguma deficiência em uma das pernas.

*Tradução autorizada by Gizmag fonte Motonauta